quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O pensamento pedagógico positivista


Isidore Auguste Marie François Xavier Comte nasceu em Montpellier, França em 19 de janeiro de 1798 e faleceu em Paris em 5 de setembro de 1857, fundador da Sociologia e do Positivismo.

Para Comte a Política deveria ser uma ciência exata, ele substruiu a igreja, combateu o espírito religioso propondo a chamada “religião da humanidade” por anseios de uma reforma intelectual e social.

Comte acreditava nas “três etapas da humanidade”:

1 – O estado teológico, onde o homem explicava a natureza por agentes sobrenaturais.

2 - O estado metafísico, onde tudo se justificava através de noções abstratas, “essência, substância e causalidade”.

3 – O estado positivo, o estado atual, onde buscam-se as leis científicas.

A filosofia positivista de Comte nega que a explicação dos fenômenos naturais, assim como sociais, provenha de um só princípio. Sua visão positiva dos fatos abandona a consideração das causas dos fenômenos como a existência de um Deus ou natureza e pesquisa suas “leis”, vistas como relações abstratas e constantes entre fenômenos observáveis.

Pode-se dizer que o conhecimento positivo busca "ver para prever, a fim de prover" ou seja, conhecer a realidade para saber o que acontecerá a partir de nossas ações, para que o ser humano possa melhorar sua realidade. Assim, a previsão científica caracteriza o pensamento como positivo.

Destas leis, ele deduziu o sistema educacional. Comte afirmava que em cada homem as três fases se reproduziriam, ou seja, cada “ser” repetiria as “fases da humanidade”.

Então seguindo Comte veio Herbert Spencer, admirador profundo da obra de Charles Darwin: e dono da expressão: “que sobreviva o mais apto” .

E em suas obras Spencer procurou aplicar as leis da evolução a todos os níveis da atividade humana. Herbert Spencer é considerado o "pai" do Darwinismo social embora jamais tenha utilizado tal termo. Spencer também buscou saber quais conhecimentos realmente importavam para os indivíduos se desenvolverem, sua conclusão foi que antes de mais nada, necessitavam possibilitar de uma vida melhor com relação à saúde, ao trabalho, à família, para sociedade em geral. Para Spencer a educação consistia em obter preparação completa do homem para a vida inteira. Influenciado por ideais naturalistas de Rousseau ele deu grande importância à educação física e ao estudo da natureza. Herbert Spencer foi cientista e matemático, sempre mostrou interesse nas ciências sociais, foi o maior nome e representante do positivismo, corrente fundada por Augusto Comte.

Um dos principais nomes na sociologia da educação positivista; Émile Durkheim, mais conhecido como sociólogo, também foi pedagogo e filósofo, nasceu na França em uma família de rabinos, foi o sucessor de Augusto Comte na França.

Durkheim considerava a educação como um reflexo da sociedade. “A educação é um fato fundamentalmente social” (Émile Durkheim)

Para Durkheim a sociedade era comparada a um animal qualquer, que possui um sistema complexo de órgãos com diferentes funções, alguns naturalmente mais privilegiados, sim, mas nada modificável. Sua teoria educacional opõe-se à de Rousseau. Enquanto este afirmava que o “homem nasce bom” e a sociedade o perverte, Durkheim declarava que o “homem nasce egoísta” e só a sociedade através da educação pode torna-lo solidário.

Educação: ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que não se encontravam ainda preparadas para a vida social”. (Émile Durkheim)

A educação é a ação exercida por gerações adultas sobre as gerações que não se encontram ainda preparedas para a vida social; tem por objeto suscitar e desenvolver , na criança, certo número de estados físicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política no seu conjunto e pelo meio especial a que a criança, particularmente, se destine”.

DURKHEIM, Émile. Educação e sociologia. São Paulo, Melhoramentos, 1955.

Dylon Zatorski 10/11/10

3 comentários:

Anônimo disse...

Talvez Durkheim esteja mais correto que Rousseau. Se todos são bons desde o princípio, como uma sociedade pode ser ruim se desde a sua criação nasceram apenas 'boas pessoas' e como esta poderia corromper as novas gerações? Faz muito mais sentido que os indivíduos nasçam "errados" e que através da educação (por valores morais -absorvidos ao longo da construção dessa sociedade - culturais, lógicos etc) alguns sejam convertidos à bondade enquanto outros seguem o "destino" traçado desde o seu nascimento.

Vanderson disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Vanderson disse...

Concordo em certo ponto com a Sr. Luiza, porém o mesmo pensamento da Sr aplica-se de maneira inversa, pois, já que segundo Durkheim as pessoas nascem más, no entanto vão adquirindo valores éticos e morais com a sociedade, de onde esta mesma sociedade, que outrora era má, tirou a bondade?